Saímos de Lima por volta das 9:30 horas com destino ao Sitio Arqueológico de Pachacámac e posteriormente seguir até Paracas. A saída foi lenta, transito intenso, motoristas mal-educados, agressivos e com a mão na buzina o tempo todo. Tudo o que eu queria, detesto uso de buzina, por qualquer motivo.
Trânsito de Lima, uma verdadeira bagunça, ganha quem chega primeiro e tem coragem de se enfiar, como dizemos. Não é atoa que os carros estão todos batidos. Enfim de pois de uma hora consegui sair da cidade e pegar a Rodovia Panamericana Sul. A rodovia deve ser nova, está impecável e toda duplicada, mas aos lados a paisagem não ajudava, tudo cinza e tudo muito pobre, muito diferente do que mostra o bairro Miraflores em Lima.
Pouco mais de uma hora chegamos no sitio arqueológico. Simplesmente uma enormidade, ainda bem, que podia entrar de carro até determinados pontos e isso facilitou muito.
Comprei os ingressos para o Museu e a visitação do sítio a 15 soles nuevos, por pessoa, comprei uma de 15,00 soles para a Rosí, minha esposa e eu como já tenho o DNA avançado, paguei a metade.
Segue um relato do que vi, li, senti e o que a história diz do Pachacámac.
Valle de Lurín |
O Santuário está situado no vale do rio Lurín, a sua direita e que representa o marco territorial da região em cujas margens se alojaram, desde três mil anos atrás, diversos povos aproveitando suas águas. As primeiras ocupações datam do período Arcaico (5000 a.C.) e sucessivamente ao longo dos tempos, onde se destaca uma Mina Perdida, Cardal e Manchay e na época do Tardio, a partir do ano zero, se distinguem estilos locais como Tablada de Lurín e Villa El Salvador.
Pachacámac |
Pachacamac foi o principal santuário da costa central do Peru, durante mais de mil anos. Seus templos eram visitados por multidões de peregrinos, por ocasião dos rituais andinos, pois se acreditava que o oráculo era capaz de prever o futuro e controlar os movimentos da terra. Era frequentado pelos habitantes do todos os lugares dos Andes, em busca de solução e respostas as suas dúvidas e problemas.
A Palavra Pachacama significa “Alma da Terra” o que anima o mundo. Os antigos peruanos creiam que um só movimento da sua cabeça ocasionava terremotos. Não se podia olhar diretamente nos olhos e os seus sacerdotes entravam no templo de costas. O Culto a Pachacamac era o centro de toda a religião costeira do país.
Caminhos Inca |
O complexo contém os restos de diversos edifícios, datados do século III até o século XV, sendo que os edifícios realizados pelos Incas (1450 a 1532) estão em melhor estado de conservação.
“A imponência das altas pirâmides truncadas, palácios, templos e praças que se encontram no local nos transmitem a hierarquia política, cultural e religiosa que teve Pachacámac.” (Walter Silveira- 2012)
Pirâmide com rampa |
Ali estava, um antigo oráculo pré-hispânico construído basicamente de ladrilhos de adobe, trazidos das serras de Cuzco. Era o principal lugar ao culto do Deus Pachacámac, que sobreviveu à influência inca e espanhola, ao qual se atribuía a criação do universo e tudo em sua volta.
As construções do sítio arqueológico
- Templo viejo – é o templo de Pachacámac, a edificação mais antiga do conjunto. Atualmente está muito destruída, mas ainda restam partes dos seus muros de contenção. Está situado sobre um promontório rochoso e se caracterizava pelo uso maciço de pequenos ladrilhos de adobe crus, secados ao sol.
El Templo Viejo |
- Templo del Sol - Situado sobre um promontório rochoso, perto do mar a 40 metros de altitude, é a maior e mais conservada edificação do complexo e praticamente abrange toda a estrutura. Foi construído pelos incas ao redor de 1450 d.C., como santuário do Deus do Sol, a divindade oficial do Tuhuantinsuyo.
Está constituído por cinco plataformas superpostas formando uma pirâmide. Suas bases são feitas de muros de pedras talhadas de adobes (palha molhada com barro e secadas ao sol) ladrilhos, unidos com argamassa de barro. Sua frente voltada para o mar possui uma fila de ornamentos em forma de trapézio, característica do estilo inca.
O Templo foi profanado e saqueado pelos conquistadores espanhóis, ocasião que tiraram e queimaram o Deus Pachacámac, talhado em madeira, causando uma grande comoção entre os peruanos nativos, que temiam a ocorrência de uma catástrofe como castigo, mas nada aconteceu. A partir daí os espanhóis fizeram de tudo para destruir a adoração para o demônio, concepção católica para os seguidores do Deus Pachacámac.
Templo del Sol |
- Templo de la Luna o Mamaconas – Chamado de Santuario de La Pachamama e posteriormente Templo da Lua, foi totalmente restaurado em 1938, mas logo sofreu um novo terremoto em 1940, que deixou a estrutura muito danificada. Foi um Acllahuasi, ou seja, residência das mulheres pelos espanhóis, que eram vestidas como a antiga Roma. Está na parte baixa das ruínas e é composta de grades, pátios, sítios cerimoniais, reservatório de água, depósitos e muitos quartos.
É o conjunto onde se identifica o estilo arquitetônico inca, não só pelos ornamentos e pedras trapezoides, mas também pelas pedras dos muros, tramadas de forma inconfundivelmente cuzqueña.
Templo de la Luna o Mamaconas |
As Pirâmides – Chamadas nunciaturas, se constituem em 16 edifícios em forma de pirâmide, com rampas, feitas de pedras talhadas e adobe (argamassa de barro), que datam entre 1.100 e 1.450 d.C. Quando chegaram os espanhóis estava abandonadas e atualmente a maior parte está em ruinas.
Segundo a crença as pirâmides representavam as diversas nacionalidades do mundo andino, que adoravam o Deus Pachacámac.
Templo Pintado – é uma pirâmide maior de 100 metros de comprimento por 50 metros de largura, também com bases feitas de pedra e adobe. A entrada é por cima, por um caminho em ziguezague, que se sobe por compridas rampas. Em 1930 foram descobertas pinturas, que estão degradadas e apagadas, quase por completo, cujo estilo revela que a época era de influência Tiahuanaco-Huari (650-900 d.C.).
- Plaza de los Peregrinos – é um grande espaço retangular plano (100 x50m) em frente ao lado oeste do Templo do Sol e acredita-se, que servia de sala de espera para os peregrinos que iam consultar o oráculo de Pachacámac. Seriam muralhas com uns 300 metros e incluía um assento ou trono (ushnu) e duas fileiras de colunas, que possivelmente estaria coberta com a totora (capim santa fé).
O santuário de Pachacámac é hoje um complexo arqueológico que conta com Museu de Sítio (Arqueológico), onde é possível apreciar objetos das culturas Lima, Wari, Ichma e Inca.
Atualmente o Ministério de Cultura peruano desenvolve estudos e uma série de trabalhos de investigação e conservação, para difundir a importância do Patrimônio arqueológico.
PERU DE CARRO - 17 DIAS - DEMAIS POST.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aceito sugestões e críticas construtivas. Obrigado