Chegamos em Lima por volta das 16 horas e fomos
até nosso hotel. A cidade é grande e o trânsito é caótico, mas enfim chegamos
bem. No primeiro dia deixamos o carro no hotel, muito aconselhável e fomos de
táxi até o centro histórico, a preços muito abaixo do que estamos acostumados
no Brasil. Vou falar um pouco da capital peruana.
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Plaza de Armas |
Não gosto de cidade grande e muito menos tenho
a pretensão de falar tudo sobre Lima, mas vou resumir o que achei da bela e bagunçada
cidade. Quem vai a Lima no inverno não pode esperar sol, nunca, é cinzenta e seca. Por incrível que parece, a média de chuva anual é de 25 mm., ou seja, um dia de chuva em uma cidade brasileira, vê se pode.
Lima é a capital e a maior cidade do Peru.
Localiza-se nos vales dos rios Chillón, Rímac e Lurín, na parte central do
litoral peruano, com vista para o Oceano Pacífico. Juntamente com o porto
marítimo de El Callao, forma uma área urbana contígua conhecida como Região
Metropolitana de Lima. Com uma população de quase 12 milhões aprox. (2017),
Lima é a região metropolitana mais populosa do Peru e a terceira maior cidade
da América Latina (atrás de São Paulo e Cidade do México).
Lima foi fundada pelo conquistador espanhol
Francisco Pizarro em 18 de janeiro de 1535, como Ciudad de los Reyes. Tornou-se
a capital e mais importante cidade do Vice-Reino do Peru. Após a Guerra da
Independência Peruana, tornou-se a capital da República do Peru. Cerca de um
terço da população nacional vive na área metropolitana.
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Centro Histórico de Lima |
A cidade é o lar de uma das mais antigas
instituições de ensino superior no Novo Mundo. A Universidade Nacional de San
Marcos, fundada em 12 de maio de 1551 durante o regime colonial espanhol, é a
mais antiga universidade de funcionamento contínuo no continente americano.
Em outubro de 2013, Lima foi escolhida para
sediar os Jogos Pan-Americanos de 2019. Também foi palco da Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de dezembro de 2014 e do concurso Miss
Universo 1982. Em Outubro de 2015, Lima acolheu as reuniões anuais do grupo do
Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2015.
O Centro histórico além de mostrar a história é
o marco zero da cidade, com sua Plaza de Armas e edifícios antigos,
distribuídos entre os distritos de Lima e de Rímac, tendo sido declarado
Patrimônio da Humanidade pela UNESCO EM 1988, tornando-se um dos mais
importantes destinos turísticos do Peru.
Foi construída como a cidade dos Reis, pelo
conquistador espanhol Francisco Pizarro em 18 de janeiro de 1535, um ano antes,
do término da resistência inca. O marco zero era conhecido como Limaq, e um
tempo depois, de Huaca de Santa ana e finalmente Lima.
Durante as décadas de 50 e 60 do século XX, o
centro histórico de Lima foi modernizado, com a construção de numerosos
edifícios residenciais e comerciais. A partir de 1970 a área passou por um
processo de deterioração, agravando-se durante os anos 80, devido um
considerável aumento de circulação veicular. Em 1988 a UNESCO declarou o
Convento de San Francisco como Patrimônio da Humanidade por sua originalidade e
concentração de 608 monumentos históricos construídos na época da presença
espanhola, especialmente o espaço chamado de Damero de Pizarro.
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Igreja de São Francisco |
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Basílica de San Francisco |
Ao final da década de 90, durante a gestão de
Alberto Andrade Carmona, o centro histórico começou a ser vista com melhores
olhos. A expulsão dos comerciantes ambulantes, redução da criminalidade e
recuperação de monumentos históricos, deu cara nova à capital. E finalmente em
janeiro de 2017 o ministério da cultura do Peru, emitiu uma resolução, criando
um grupo de trabalho encarregado de propor ações para a recuperação total do
centro histórico e todos os seus monumentos. Agora em 2018, já se viu algumas
obras e creio que com ajuda de outros países, o centro histórico de Lima, será
um dos mais belos da América Latina. Ainda vou voltar lá. Mas vamos o que vi na
cidade.

Los Balcones de Lima, em espanhol e para nós
brasileiros, sacadas, estão entre as edificações do centro histórico. A época
colonial e republicana outorga à capital uma característica muito singular. Os
tipos de “Balcones” são de diversas formas e foram preservados, graças ao
Alcaide Alberto Andrade Carmona, que convidou as empresas privadas e pessoas de
posse, para adotar uma sacada, para manter sua originalidade, dando uma
harmonia especial ao conjunto, sendo declarados como patrimônio da UNESCO em
1990. Mesmo assim estas peças, símbolos de uma era, estão sendo afetadas pelas
construções realizadas na área.
Opulência colonial
Na época do Vice-Reino do Peru, foi criada uma
pompa, uma magnificência e uma vida lendária na corte. A autoridade do
vice-rei, como representante da monarquia espanhola, era particularmente
importante, já que sua nomeação implicava uma importante ascensão e o sucesso
de uma carreira na administração colonial.
As entradas para Lima dos novos vice-reis eram
especialmente luxuosas. Para a ocasião, as ruas foram pavimentadas com barras
de prata, desde os portões da cidade de Lima até o Palácio do Vice-rei. E tudo
isso aconteceu enquanto os espanhóis da península, até mesmo o próprio rei,
enfraqueceram, hoje nada mais existe.
Plaza Mayor:
Em 18 de janeiro de 1535, o conquistador
Francisco Pizarro funda a cidade de Lima e estabeleceu como seu centro nevrálgico
a que é hoje a Praça Maior. Nela ocorreram alguns dos mais relevantes atos da
história deste país. Inicialmente haviam pequenas lojas, mas também foi o
cenário de corridas de touros, praça de execução de condenados a morte e ainda
Tribunal da Santa Inquisição. Em 1651, foi levantada no centro da praça uma
fonte de bronze, que continua até hoje.
Foi nesta praça que em 1821, foi proclamada a
independência do Peru. Encontramos aí o Palácio do Governo, da Municipalidade
de Lima, a Catedral, o Palácio Arcebispal e o Clube União, que formam, com exceção
da catedral, propriamente colonial, um conjunto de arquitetura Neocolonial das
décadas de 20 e 40 do século XX. Infelizmente não pudemos circular livremente,
pois havia uma manifestação e a praça estava tomada por policiais, mas
conseguimos visitar a Catedral e o Palácio Arcebispal.
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Catedral de Lima |
Catedral de Lima
Para falar da catedral devemos voltar a 1532,
quando Francisco Pizarro, colocou a primeira pedra na cidade. O templo da
cidade dos Reis, passou por um processo de transformação. A primeira igreja era
de madeira e muito pequena. A segunda não ficou muito maior. Dado a importância
da capital do vice-reinado, era necessário uma catedral de acordo com a
categoria da cidade, explicou Fernando López, diretor do museu da Catedral.
A catedral se ergueu seguindo o estilo renascentista
e neoclássico, como vemos hoje as suas torres. As três portas principais, que
levam os nomes de “Perdão, Epístola e Evangélico”, bem como suas quinze
capelas, foram ornamentadas com retábulos barrocos, que de início foram
propriedades de confrarias.
A catedral é singular, não vi, nem mesmo na
Europa, algo igual, não em beleza, mas em arquitetura, que inaugura o modelo de
portadas retábulo. Como as principais igrejas do mundo, a catedral guarda tesouros
preciosos, tais como a cripta arcebispal abaixo do altar maior, a capela dos
santos e o salão capitular, onde estão as relíquias de João Paulo II, hoje
santo, assim como dos papas Juan XXVIII e Pio XII.
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Sepulcro de Francisco Pizarro |
João Paulo II tinha um vínculo muito forte com
o Peru, canonizado em 2014, visitou muitas vezes o país entre 1985 e 1988,
deixando muitos objetos preciosos, que agora são verdadeiras relíquias. Outra capela
histórica é o sepulcro de Francisco Pizarro, ornamentado com painéis e mosaicos
venezianos.
Os restos do espanhol foram descobertos por
acaso em 1977, quando se realizavam trabalhos de manutenção e foram depositados
na capela em 1985, ocasião em que foi celebrado mais um ano, desde a fundação
de Lima e em 1991 foi declarada patrimônio Cultural da Humanidade.
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Museu da Catedral |
Em verdade eu me identifico com a história e
teria muito mais a contar sobre esta exuberante igreja, mas algumas fotos,
poderão ajudar a compreender sua importância.
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Palácio Arcebispal de Lima |
O Palácio Arquiepiscopal de Lima é a residência
do Arcebispo de Lima e sede administrativa da Diocese de Lima. Está localizado
na Plaza Mayor, no Centro Histórico de Lima, que é Patrimônio Mundial por
declaração da UNESCO. Fica ao lado da Catedral.
Foi construído no local que Pizarro estabeleceu
para residência do cura da cidade, mas o edifício é obra moderna, tendo sido
iniciado em 1922, com projeto de 1916 de Ricardo de Jaxa Malachowski, num
estilo neocolonial que se tornou uma voga no Peru até os anos 40. Claudio
Sahut, segundo colocado no concurso que escolheu o projeto, também colaborou
com sugestões, especialmente para a fachada.
O desenho se inspirou no Palácio de Torre
Tagle, adaptando porém o pátio como um vestíbulo com escadaria monumental, mas
mantendo outras características no estilo mudéjar.
Na fachada se destacam os
grandes frontispícios sobre a porta central e as laterais, que continuam desde
o primeiro pavimento até o topo do prédio, e as sacadas fechadas em madeira do
segundo piso, típicas das construções hispano-mouriscas. O conjunto é uma
imitação muito bem sucedida da arquitetura da época colonial. Infelizmente não tenho fotos da fachada, pois a polícia nos mandou sair e bloqueou o lugar, mas as fotos internas são um deslumbre.
PLAZA SAN MARTIN
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Plaza San Martin |
A poucos minutos de caminhada podemos chegar a Plaza
San Martín, inaugurada em 28 de julho de 1921, em comemoração ao centenário da independência
do Peru. O projeto idealizador foi do arquiteto e artista espanhol Manuel
Piqueras Cotoli.
Na parte central há um monumento em homenagem ao general José
de San Martin, cuja obra pertence ao escultor espanhol Mariano Benlliure. Entre
os edifícios que rodeiam a praça está o Gran Hotel Bolívar, que foi durante
muito tempo o mais elegante de Lima, bem como o Clube Nacional, o Teatro Colón,
as esculturas de Las três Gracias e os portais de Zela y Pumacahua, tudo em
estilo neocolonial e academista.
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Gran Hotel Bolívar |
Temos ainda a Plaza Itália, com seu traçado do
século XVI. Foi conhecida como Plaza Santa Ana, devido a Igreja do mesmo nome, situada
em frente. Quando em 1821 José de San Martin, declara a Independência do Peru,
muda de nome em homenagem ao naturalista italiano Antonio Raimondi, passando a
se chamar Plaza Itália.
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Plaza Itália e Igreja de Santa Ana (foto Google) |
O Tribunal de la Santa Inquisición foi
estabelecido em 1570, com a finalidade de sancionar heresias e outros delitos
conta a fé. Sua abolição data de 1820. Na parte externa da construção se pode apreciar
um imponente pórtico neoclássico e no salão principal, um fabuloso teto de
madeira talhado, que é a melhor conservação da capital.
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Tribunal de la Santa Inquisición |
A Iglesia de la Merced, uma basílica do século
16, com uma extraordinária entrada principal esculpida em adobe e tijolos. Ela
foi reconstruída várias vezes após incêndios e terremotos, e, hoje, é um
exemplo inspirador da arquitetura barroca. Dentro da igreja, obras de arte
decoram as paredes e há uma grande estátua na área central. Uma obra que sobreviveu
quase meio século após a criação de Lima.
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Iglesia de la Merced |
Sua fachada barroca com estátuas, colunas, uma
sacada e um grande portal fazem a festa dos fotógrafos amadores como eu, que
fica maravilhado com as esculturas datadas de 1591. Sua arcada e colunas em pedra
no interior impressionam, sem contar a Cruz do Padre Urraca, santo milagreiro
do século 16.
Suas obras de arte coloniais nas paredes da
igreja, contam a história da vida do fundador da igreja, o frei Miguel de
Orenes, cujos restos mortais estão sob uma placa na nave da epístola. No centro
da igreja, há uma estátua de Nossa Senhora das Mercês, que dizem ser a
protetora da cidade.
Convento de San Domingo
Com uma torre linda em estilo rococó, o templo
destaca-se pela simplicidade de sua portada. No seu interior são preservadas
várias esculturas notáveis como a imagem de Santa Rosa, Melchor Caffa (século
XVII), um Cristo da escola de Juan Bautista Vasquez e da Virgem do Rosário de
Roque de Badulaque (século XVII).
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Interior do Convento de San Domingos |
O primeiro campanário foi destruído durante um
terremoto em 1746, muito comum no país. A torre atual foi desenhada pelo
vice-rei Manuel Amat e Junient em 1766. Está dividido em um corpo inferior
chamado cubo e dois corpos alto com pequenas varandas em colchetes. No topo
está a escultura conhecida como o Anjo da Fama. A altura total é de 46 metros.
Sua cor original é branca e rosa, tornando-se a característica mais marcante do
complexo religioso.
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Coro |
O Coro da igreja, totalmente trabalhado em
madeira de cedro, originárias da Nicarágua, é um museu de esculturas de santos
e personagens bíblicos, indescritíveis, tais como Santo Domingos de Guzman e São
Francisco de Assis e são consideradas obras mais antigas do país, esculpidas
por vários artistas.
O recinto está composto por três naves, as
laterais estão compostas por capelas nas que se localizam vários retábulos e o
presbitério, ou seja, o altar é decorado em estilo neoclássico em turquesa e
ouro.
Do alto de sua torre se tem uma imagem cinzenta
da cidade de Lima.
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Parque de La Reserva |
Pegamos um táxi e fomos até El Parque de la
Reserva, popularmente chamado de Parque das Águas, ou ainda o Circuito Mágico
das águas. Situado em frente ao Estádio Nacional, clube de futebol de Lima,
mais parece coisa de Disney, tal arquitetura e organização. Perdão pela
comparação, mas é como Punta del Este no Uruguai e Viña del Mar do Chile, não
pertencem ao país, é totalmente discrepante do povo. Mas este em Lima, tem o
povo local, que paga 10 soles para entrar e ficar boquiaberto com o que ali se
vê.
Localizado no bairro de Santa Beatriz ao redor
de Lima, com uma extensão de oito hectares, tem um estilo neoclássico,
desenhado pelo arquiteto francês Claude Sahut e apresenta diversas esculturas
peruanas.


No inicio era um parque de exposição, em 1926
foi criada uma reserva em homenagem as tropas reservistas, que participaram
durante a Guerra do Pacífico em defesa da cidade de Lima, nas batalhas de San
Juan e Miraflores.
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Estádio nacional de Lima |
Em frente ao parque em 1952 foi erguido o atual
Estádio Nacional e em 2006 durante a gestão municipal de Luis Castañeda Lossio, foi construído o complexo, para eu, o
mais bonito da história moderna, conhecido como Circuito Mágico del Agua, com 13
fontes controladas por computadores, sendo que uma alcança 80 metros de altura
e todas obedecem uma harmonia de música, luz, imagens e cor, ganhando o Record Guines,
por ser o complexo de fontes maior do mundo. Vale muito a pena conhecer. Já
noite, fomos de táxi até o hotel.
No segundo dia de Lima, apostei no feriado e
resolvi sair de carro. Acertei em cheio a cidade estava limpa, praticamente
vazia e conseguimos fazer um passeio por várias cidades, praticamente bairros,
que fazem parte de Lima, entre elas o Barranco e Miraflores.
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Barranco |
O Barranco, cantado em prosa e verso, por poetas
e apreciado por artistas, não me impressionou, conforme li. Trata-se de uma
cidade ou bairro de Lima, onde segundo os escritores tais como:
“Barranco é um lugar para os sonhadores, com
suas ruas românticas, música ao vivo e legado artístico. Enquanto os casais
passeiam pelas alamedas ladeadas por restaurantes do velho mundo, os surfistas
reúnem-se para pegar as ondas ao longo das praias da costa oeste do Peru.
Admire as cores vivas das casas coloniais e republicanas espalhadas por este
bairro.”
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Ponte dos Suspiros |
Talvez eu não estivesse muito inspirado, mas na
verdade, esta definição é um exagero e não corresponde o que é o Barranco hoje,
malconservado, com cheiros indesejados, guarda, sim uma certa nostalgia, como a
“Ponte dos Suspiros”, sua principal atração, de aparência quase de abandono,
que não chega nem perto da poetização acima. Mas as falésias de Barranco e suas
casas coloridas dão as boas-vindas no centro artístico da cidade.
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Miraflores |
Quem vai a Lima e não conhece Miraflores, não
foi ao Peru. Simples assim. É o melhor e mais bonito e rico, sempre, esta
palavra, que incomoda, mas é exatamente assim. Trata-se da cidade bairro mais
elegante de Lima, com uma orla repleta de parques, incluindo o Parque do Amor,
que fazem valer a pena conhecer Lima. Miraflores faz jus ao nome
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Parque do Amor |
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Larcomar |
Muito perto está o Larcomar um shopping
encravado nas falésias, com lojas de primeiro mundo, reunindo os mais diversos
países de turistas, inclusive nós e outros brasileiros.
Mas o melhor de Miraflores é o Huaca Pucllana,
um sitio arqueológico considerado um dos mais importantes centros cerimoniais
da cultura de povos pré-hispânicos no país, entre os anos 200 e 700 d.C., impressiona
pela construção piramidal de 25 metros de altura erguida com adobe, em uma área
que chegou a ter 20 hectares. O local, que também serve como cenário para
shows, abriga um museu que conserva peças encontradas durante as escavações.
Este sítio arqueológico vai ter um capítulo à parte no Blog.
Já estava na hora de pegar o carro e ir até o
aeroporto e voltar para o nosso querido Brasil.
CONTATO
PERU DE CARRO - 17 DIAS - DEMAIS POST.
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