Páginas

segunda-feira, 30 de julho de 2018

LIMA - PERU.



Chegamos em Lima por volta das 16 horas e fomos até nosso hotel. A cidade é grande e o trânsito é caótico, mas enfim chegamos bem. No primeiro dia deixamos o carro no hotel, muito aconselhável e fomos de táxi até o centro histórico, a preços muito abaixo do que estamos acostumados no Brasil. Vou falar um pouco da capital peruana.
Plaza de Armas
Não gosto de cidade grande e muito menos tenho a pretensão de falar tudo sobre Lima, mas vou resumir o que achei da bela e bagunçada cidade. Quem vai a Lima no inverno não pode esperar sol, nunca, é cinzenta e seca. Por incrível que parece, a média de chuva anual é de 25 mm., ou seja, um dia de chuva em uma cidade brasileira, vê se pode. 

Lima é a capital e a maior cidade do Peru. Localiza-se nos vales dos rios Chillón, Rímac e Lurín, na parte central do litoral peruano, com vista para o Oceano Pacífico. Juntamente com o porto marítimo de El Callao, forma uma área urbana contígua conhecida como Região Metropolitana de Lima. Com uma população de quase 12 milhões aprox. (2017), Lima é a região metropolitana mais populosa do Peru e a terceira maior cidade da América Latina (atrás de São Paulo e Cidade do México).

Lima foi fundada pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro em 18 de janeiro de 1535, como Ciudad de los Reyes. Tornou-se a capital e mais importante cidade do Vice-Reino do Peru. Após a Guerra da Independência Peruana, tornou-se a capital da República do Peru. Cerca de um terço da população nacional vive na área metropolitana.
Centro Histórico de Lima
A cidade é o lar de uma das mais antigas instituições de ensino superior no Novo Mundo. A Universidade Nacional de San Marcos, fundada em 12 de maio de 1551 durante o regime colonial espanhol, é a mais antiga universidade de funcionamento contínuo no continente americano.

Em outubro de 2013, Lima foi escolhida para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2019. Também foi palco da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de dezembro de 2014 e do concurso Miss Universo 1982. Em Outubro de 2015, Lima acolheu as reuniões anuais do grupo do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2015.

O Centro histórico além de mostrar a história é o marco zero da cidade, com sua Plaza de Armas e edifícios antigos, distribuídos entre os distritos de Lima e de Rímac, tendo sido declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO EM 1988, tornando-se um dos mais importantes destinos turísticos do Peru.

Foi construída como a cidade dos Reis, pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro em 18 de janeiro de 1535, um ano antes, do término da resistência inca. O marco zero era conhecido como Limaq, e um tempo depois, de Huaca de Santa ana e finalmente Lima.

Durante as décadas de 50 e 60 do século XX, o centro histórico de Lima foi modernizado, com a construção de numerosos edifícios residenciais e comerciais. A partir de 1970 a área passou por um processo de deterioração, agravando-se durante os anos 80, devido um considerável aumento de circulação veicular. Em 1988 a UNESCO declarou o Convento de San Francisco como Patrimônio da Humanidade por sua originalidade e concentração de 608 monumentos históricos construídos na época da presença espanhola, especialmente o espaço chamado de Damero de Pizarro.
Igreja de São Francisco
Basílica de San Francisco


Ao final da década de 90, durante a gestão de Alberto Andrade Carmona, o centro histórico começou a ser vista com melhores olhos. A expulsão dos comerciantes ambulantes, redução da criminalidade e recuperação de monumentos históricos, deu cara nova à capital. E finalmente em janeiro de 2017 o ministério da cultura do Peru, emitiu uma resolução, criando um grupo de trabalho encarregado de propor ações para a recuperação total do centro histórico e todos os seus monumentos. Agora em 2018, já se viu algumas obras e creio que com ajuda de outros países, o centro histórico de Lima, será um dos mais belos da América Latina. Ainda vou voltar lá. Mas vamos o que vi na cidade.


Los Balcones de Lima, em espanhol e para nós brasileiros, sacadas, estão entre as edificações do centro histórico. A época colonial e republicana outorga à capital uma característica muito singular. Os tipos de “Balcones” são de diversas formas e foram preservados, graças ao Alcaide Alberto Andrade Carmona, que convidou as empresas privadas e pessoas de posse, para adotar uma sacada, para manter sua originalidade, dando uma harmonia especial ao conjunto, sendo declarados como patrimônio da UNESCO em 1990. Mesmo assim estas peças, símbolos de uma era, estão sendo afetadas pelas construções realizadas na área.

Opulência colonial
Na época do Vice-Reino do Peru, foi criada uma pompa, uma magnificência e uma vida lendária na corte. A autoridade do vice-rei, como representante da monarquia espanhola, era particularmente importante, já que sua nomeação implicava uma importante ascensão e o sucesso de uma carreira na administração colonial.
As entradas para Lima dos novos vice-reis eram especialmente luxuosas. Para a ocasião, as ruas foram pavimentadas com barras de prata, desde os portões da cidade de Lima até o Palácio do Vice-rei. E tudo isso aconteceu enquanto os espanhóis da península, até mesmo o próprio rei, enfraqueceram, hoje nada mais existe.

Plaza Mayor:
Em 18 de janeiro de 1535, o conquistador Francisco Pizarro funda a cidade de Lima e estabeleceu como seu centro nevrálgico a que é hoje a Praça Maior. Nela ocorreram alguns dos mais relevantes atos da história deste país. Inicialmente haviam pequenas lojas, mas também foi o cenário de corridas de touros, praça de execução de condenados a morte e ainda Tribunal da Santa Inquisição. Em 1651, foi levantada no centro da praça uma fonte de bronze, que continua até hoje.

Foi nesta praça que em 1821, foi proclamada a independência do Peru. Encontramos aí o Palácio do Governo, da Municipalidade de Lima, a Catedral, o Palácio Arcebispal e o Clube União, que formam, com exceção da catedral, propriamente colonial, um conjunto de arquitetura Neocolonial das décadas de 20 e 40 do século XX. Infelizmente não pudemos circular livremente, pois havia uma manifestação e a praça estava tomada por policiais, mas conseguimos visitar a Catedral e o Palácio Arcebispal.
Catedral de Lima
Catedral de Lima
Para falar da catedral devemos voltar a 1532, quando Francisco Pizarro, colocou a primeira pedra na cidade. O templo da cidade dos Reis, passou por um processo de transformação. A primeira igreja era de madeira e muito pequena. A segunda não ficou muito maior. Dado a importância da capital do vice-reinado, era necessário uma catedral de acordo com a categoria da cidade, explicou Fernando López, diretor do museu da Catedral.


A catedral se ergueu seguindo o estilo renascentista e neoclássico, como vemos hoje as suas torres. As três portas principais, que levam os nomes de “Perdão, Epístola e Evangélico”, bem como suas quinze capelas, foram ornamentadas com retábulos barrocos, que de início foram propriedades de confrarias.

A catedral é singular, não vi, nem mesmo na Europa, algo igual, não em beleza, mas em arquitetura, que inaugura o modelo de portadas retábulo. Como as principais igrejas do mundo, a catedral guarda tesouros preciosos, tais como a cripta arcebispal abaixo do altar maior, a capela dos santos e o salão capitular, onde estão as relíquias de João Paulo II, hoje santo, assim como dos papas Juan XXVIII e Pio XII.
Sepulcro de Francisco Pizarro
João Paulo II tinha um vínculo muito forte com o Peru, canonizado em 2014, visitou muitas vezes o país entre 1985 e 1988, deixando muitos objetos preciosos, que agora são verdadeiras relíquias. Outra capela histórica é o sepulcro de Francisco Pizarro, ornamentado com painéis e mosaicos venezianos.
Os restos do espanhol foram descobertos por acaso em 1977, quando se realizavam trabalhos de manutenção e foram depositados na capela em 1985, ocasião em que foi celebrado mais um ano, desde a fundação de Lima e em 1991 foi declarada patrimônio Cultural da Humanidade.
Museu da Catedral
Em verdade eu me identifico com a história e teria muito mais a contar sobre esta exuberante igreja, mas algumas fotos, poderão ajudar a compreender sua importância.
Palácio Arcebispal de Lima
O Palácio Arquiepiscopal de Lima é a residência do Arcebispo de Lima e sede administrativa da Diocese de Lima. Está localizado na Plaza Mayor, no Centro Histórico de Lima, que é Patrimônio Mundial por declaração da UNESCO. Fica ao lado da Catedral.

Foi construído no local que Pizarro estabeleceu para residência do cura da cidade, mas o edifício é obra moderna, tendo sido iniciado em 1922, com projeto de 1916 de Ricardo de Jaxa Malachowski, num estilo neocolonial que se tornou uma voga no Peru até os anos 40. Claudio Sahut, segundo colocado no concurso que escolheu o projeto, também colaborou com sugestões, especialmente para a fachada.


O desenho se inspirou no Palácio de Torre Tagle, adaptando porém o pátio como um vestíbulo com escadaria monumental, mas mantendo outras características no estilo mudéjar. 
Na fachada se destacam os grandes frontispícios sobre a porta central e as laterais, que continuam desde o primeiro pavimento até o topo do prédio, e as sacadas fechadas em madeira do segundo piso, típicas das construções hispano-mouriscas. O conjunto é uma imitação muito bem sucedida da arquitetura da época colonial. Infelizmente não tenho fotos da fachada, pois a polícia nos mandou sair e bloqueou o lugar, mas as fotos internas são um deslumbre. 

PLAZA SAN MARTIN
Plaza San Martin
A poucos minutos de caminhada podemos chegar a Plaza San Martín, inaugurada em 28 de julho de 1921, em comemoração ao centenário da independência do Peru. O projeto idealizador foi do arquiteto e artista espanhol Manuel Piqueras Cotoli. 




Na parte central há um monumento em homenagem ao general José de San Martin, cuja obra pertence ao escultor espanhol Mariano Benlliure. Entre os edifícios que rodeiam a praça está o Gran Hotel Bolívar, que foi durante muito tempo o mais elegante de Lima, bem como o Clube Nacional, o Teatro Colón, as esculturas de Las três Gracias e os portais de Zela y Pumacahua, tudo em estilo neocolonial e academista.
Gran Hotel Bolívar
Temos ainda a Plaza Itália, com seu traçado do século XVI. Foi conhecida como Plaza Santa Ana, devido a Igreja do mesmo nome, situada em frente. Quando em 1821 José de San Martin, declara a Independência do Peru, muda de nome em homenagem ao naturalista italiano Antonio Raimondi, passando a se chamar Plaza Itália.
Plaza Itália e Igreja de Santa Ana (foto Google)
O Tribunal de la Santa Inquisición foi estabelecido em 1570, com a finalidade de sancionar heresias e outros delitos conta a fé. Sua abolição data de 1820. Na parte externa da construção se pode apreciar um imponente pórtico neoclássico e no salão principal, um fabuloso teto de madeira talhado, que é a melhor conservação da capital.


Tribunal de la Santa Inquisición
A Iglesia de la Merced, uma basílica do século 16, com uma extraordinária entrada principal esculpida em adobe e tijolos. Ela foi reconstruída várias vezes após incêndios e terremotos, e, hoje, é um exemplo inspirador da arquitetura barroca. Dentro da igreja, obras de arte decoram as paredes e há uma grande estátua na área central. Uma obra que sobreviveu quase meio século após a criação de Lima.
Iglesia de la Merced
Sua fachada barroca com estátuas, colunas, uma sacada e um grande portal fazem a festa dos fotógrafos amadores como eu, que fica maravilhado com as esculturas datadas de 1591. Sua arcada e colunas em pedra no interior impressionam, sem contar a Cruz do Padre Urraca, santo milagreiro do século 16.


Suas obras de arte coloniais nas paredes da igreja, contam a história da vida do fundador da igreja, o frei Miguel de Orenes, cujos restos mortais estão sob uma placa na nave da epístola. No centro da igreja, há uma estátua de Nossa Senhora das Mercês, que dizem ser a protetora da cidade.

Convento de San Domingo
Com uma torre linda em estilo rococó, o templo destaca-se pela simplicidade de sua portada. No seu interior são preservadas várias esculturas notáveis como a imagem de Santa Rosa, Melchor Caffa (século XVII), um Cristo da escola de Juan Bautista Vasquez e da Virgem do Rosário de Roque de Badulaque (século XVII).

Interior do Convento de San Domingos
O primeiro campanário foi destruído durante um terremoto em 1746, muito comum no país. A torre atual foi desenhada pelo vice-rei Manuel Amat e Junient em 1766. Está dividido em um corpo inferior chamado cubo e dois corpos alto com pequenas varandas em colchetes. No topo está a escultura conhecida como o Anjo da Fama. A altura total é de 46 metros. Sua cor original é branca e rosa, tornando-se a característica mais marcante do complexo religioso.
Coro
O Coro da igreja, totalmente trabalhado em madeira de cedro, originárias da Nicarágua, é um museu de esculturas de santos e personagens bíblicos, indescritíveis, tais como Santo Domingos de Guzman e São Francisco de Assis e são consideradas obras mais antigas do país, esculpidas por vários artistas.

O recinto está composto por três naves, as laterais estão compostas por capelas nas que se localizam vários retábulos e o presbitério, ou seja, o altar é decorado em estilo neoclássico em turquesa e ouro.


Do alto de sua torre se tem uma imagem cinzenta da cidade de Lima.


Parque de La Reserva
Pegamos um táxi e fomos até El Parque de la Reserva, popularmente chamado de Parque das Águas, ou ainda o Circuito Mágico das águas. Situado em frente ao Estádio Nacional, clube de futebol de Lima, mais parece coisa de Disney, tal arquitetura e organização. Perdão pela comparação, mas é como Punta del Este no Uruguai e Viña del Mar do Chile, não pertencem ao país, é totalmente discrepante do povo. Mas este em Lima, tem o povo local, que paga 10 soles para entrar e ficar boquiaberto com o que ali se vê.
Localizado no bairro de Santa Beatriz ao redor de Lima, com uma extensão de oito hectares, tem um estilo neoclássico, desenhado pelo arquiteto francês Claude Sahut e apresenta diversas esculturas peruanas.




No inicio era um parque de exposição, em 1926 foi criada uma reserva em homenagem as tropas reservistas, que participaram durante a Guerra do Pacífico em defesa da cidade de Lima, nas batalhas de San Juan e Miraflores.

Estádio nacional de Lima
Em frente ao parque em 1952 foi erguido o atual Estádio Nacional e em 2006 durante a gestão municipal de Luis Castañeda  Lossio, foi construído o complexo, para eu, o mais bonito da história moderna, conhecido como Circuito Mágico del Agua, com 13 fontes controladas por computadores, sendo que uma alcança 80 metros de altura e todas obedecem uma harmonia de música, luz, imagens e cor, ganhando o Record Guines, por ser o complexo de fontes maior do mundo. Vale muito a pena conhecer. Já noite, fomos de táxi até o hotel.


No segundo dia de Lima, apostei no feriado e resolvi sair de carro. Acertei em cheio a cidade estava limpa, praticamente vazia e conseguimos fazer um passeio por várias cidades, praticamente bairros, que fazem parte de Lima, entre elas o Barranco e Miraflores.
Barranco
O Barranco, cantado em prosa e verso, por poetas e apreciado por artistas, não me impressionou, conforme li. Trata-se de uma cidade ou bairro de Lima, onde segundo os escritores tais como:
“Barranco é um lugar para os sonhadores, com suas ruas românticas, música ao vivo e legado artístico. Enquanto os casais passeiam pelas alamedas ladeadas por restaurantes do velho mundo, os surfistas reúnem-se para pegar as ondas ao longo das praias da costa oeste do Peru. Admire as cores vivas das casas coloniais e republicanas espalhadas por este bairro.”



Ponte dos Suspiros
Talvez eu não estivesse muito inspirado, mas na verdade, esta definição é um exagero e não corresponde o que é o Barranco hoje, malconservado, com cheiros indesejados, guarda, sim uma certa nostalgia, como a “Ponte dos Suspiros”, sua principal atração, de aparência quase de abandono, que não chega nem perto da poetização acima. Mas as falésias de Barranco e suas casas coloridas dão as boas-vindas no centro artístico da cidade.
Miraflores




Quem vai a Lima e não conhece Miraflores, não foi ao Peru. Simples assim. É o melhor e mais bonito e rico, sempre, esta palavra, que incomoda, mas é exatamente assim. Trata-se da cidade bairro mais elegante de Lima, com uma orla repleta de parques, incluindo o Parque do Amor, que fazem valer a pena conhecer Lima. Miraflores faz jus ao nome
Parque do Amor
Larcomar
Muito perto está o Larcomar um shopping encravado nas falésias, com lojas de primeiro mundo, reunindo os mais diversos países de turistas, inclusive nós e outros brasileiros.


Mas o melhor de Miraflores é o Huaca Pucllana, um sitio arqueológico considerado um dos mais importantes centros cerimoniais da cultura de povos pré-hispânicos no país, entre os anos 200 e 700 d.C., impressiona pela construção piramidal de 25 metros de altura erguida com adobe, em uma área que chegou a ter 20 hectares. O local, que também serve como cenário para shows, abriga um museu que conserva peças encontradas durante as escavações. Este sítio arqueológico vai ter um capítulo à parte no Blog.

Já estava na hora de pegar o carro e ir até o aeroporto e voltar para o nosso querido Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aceito sugestões e críticas construtivas. Obrigado