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domingo, 19 de abril de 2020

COSTA AMALFITANA - ITÁLIA


A Costa Amalfitana é um trecho de 50 km do litoral sul da Península Sorrentina, na região italiana da Campânia, mais precisamente entre as cidades de Sorrento e Salerno. É um destino popular de férias de pessoas do mundo inteiro. A rodovia é famosa pelos seus penhascos e uma costa acidentada, com curvas incrivelmente lindas e perigosas, onde brotam mansões encravadas nos morros, que contrastam com vinhedos, pomares de limoeiros à beira dos penhascos e claro pelo Mediterrâneo que delimita paisagens de rara beleza.
É uma rodovia que requer atenção e apresenta em todo o seu trajeto, espelhos de diversos tipos, para facilitar a visão dos motoristas mais afoitos. Não é raro encontrar um ônibus e ter que recuar, para facilitar a passagem.

O destaque fica pelas pequenas praias e vilas de pescadores formando um colorido todo especial em toda sua extensão, um verdadeiro colírio para os olhos.

Vamos comentar as mais visitadas.
 AMALFI - COSTA AMALFITANA


Com um Pouco mais de 5 mil habitantes, Amalfi é pequena cidade da Costa Amalfitana, na região de Campânia, situada junto ao golfo de Salerno, 75 km de Nápoles se encontra encravada e uma profunda garganta ao pé do Monte Cerreto, de 1315m de altura. Considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, é a principal cidade da costa em que se localiza e se constitui em um importante destino turístico, junto com suas vizinhas Positano e Ravello.


Se fosse escolher uma das cidades da Costa Amalfitana sem dúvida elegeria Amalfi, um lugar pequeno, elegante e incrivelmente lindo, que outrora, junto com Veneza, Genova e Pisa, foi uma das quatros Repúblicas Marítimas da Itália.

Conta a história, que Amalfi foi fundada em 339, como um posto comercial durante a dominação romana da Campânia, de onde se justifica os dizeres “Descendit ex patribus Romanorum” em sua bandeira ou escudo. Mas os registros de sua presença são de 596.

A cidade ganhou importância como potência marítima, com o troca de grãos, sal, escravos e madeira trazidas do interior da Itália, por ouro vindos do Egito e Síria, que usava para comprar sedas do império bizantino, para revender no ocidente, mas principalmente para comprar terras no decorrer do século IX. Sua população na época era de aproximadamente 70 mil habitantes, que foram afugentados por um terremoto, lançando-se ao mar e para fugir da pobreza imigraram para os Estados Unidos.
Tem como principal atração a Catedral de Sant’Andreas, situada ao pé do morro no centro histórico na Piazza Duomo, apresentando um conjunto de escadas que realçam sua imponência.
Construída no século IX e modificada muitas vezes, o estilo árabe-normando é o que mais se predomina. O Campanário, dos séculos XII e XIII, a esquerda da fachada e o claustro completam o conjunto da obra.
Eu já visitei a maioria das principais igrejas da Europa e confesso que não fui motivado pela Sant’Andreas. Meus olhos, como da primeira vez que estive em Amalfi, sempre estiveram voltados ao conjunto de suas casas encravadas sobre o Monte Cerreto, que contrastam com o azul turquesa do mediterrâneo, proporcionando um visual de rara beleza, que encanta os fotógrafos amadores do mundo todo. Mesmo com um mar lindo e maravilhoso não é a cidade para pegar praia.

POSITANO - COSTA AMALFITANA
Com aproximadamente 4 mil habitantes, localizada na região da Campânia, de frente para o golfo de Salerno, é a primeira cidade da Costa Amalfitana, distante apenas 40 km de Nápoles. É sem dúvida o destino turístico mais importante da região.
Durante a idade média a antiga República amalfitana, uma das mais pujantes da Itália, entrou em decadência e com ela Positano, sofrendo as consequências do fechamento do seu ativo porto, em virtude do desaparecimento da república, devido as incursões de Roger II de Sicilia e os pisanos. Durante parte dos séculos XIX e XX, uma quantidade significativa da população imigrou para os Estados Unidos, para fugir da pobreza.
Com o advento do turismo a partir de 1950 tudo começou a mudar, com a chegada de ricos e ilustres industriais e comerciantes vindos de toda a Europa e Estados Unidos, bem como a grande parcela de famosos do mundo todo, que elegeram a região para passar suas férias, fazendo a costa novamente prosperar.
Um dos mais ilustres visitantes, o novelista norte americano John Steinbeck, muito contribuiu a levar para o mundo os atrativos do povoado, com a publicação do seu artigo de maio de 1953 em o Harper’s Bazaa, onde exaltou a beleza do lugar como único, na mesma linha Mick Jagger e Keith Richards, durante férias em Positano, compuseram a música Midnight Rambler (1969).
A localização de Positano, praticamente construída verticalmente sobre a montanha, faz com que não existem ruas convencionais na cidade, apenas estreitas ruelas em forma de pequenas escadas. Em todo lugar que você está de qualquer janela se tem uma vista incrível, mas esteja preparado para subir e descer escadas o dia todo. Este fato colaborou para que a cidade fosse declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1997, assim como toda a costa amalfitana.
Praticamente toda a economia está voltada para a indústria do turismo, se destacando ainda a moda, a cerâmica e claro o Limoncello e “albertissimo”, este último uma espécie de licor cítrico só encontrado aí.

Uma das coisas que não fizemos foi um passeio de barco pela costa toda, que com certeza, vai proporcionar uma vista fantástica, de todos os pequenos povoados. Tivemos este gostinho quando voltamos de Capri à Sorrento.

Dizem que a origem do nome da pequena Positano vem da palavra fenícia Pesitan, que significa Netuno e está vinculada a uma lenda que diz que durante uma tempestade um barco turco, para alguns de fugitivos, para outros mercadores, encalhou nas pedras e com ele levava um quadro da Virgem Maria. Depois de algumas horas sem sucesso o capitão ouviu uma voz dizendo “joga, joga o quadro no mar”, o capitão obedeceu e por milagre o barco desencalhou. Anos depois o quadro foi encontrado pelos habitantes, que acreditam que a virgem escolheu a cidade como própria residência. Em sua homenagem construíram uma Igreja, que leva o Nome de Chiesa di Santa Maria Assunta.

Você pode arriscar ir à praia em Positano nos meses de verão, mas eu não dei ao luxo de perder tempo, com isso, pois temos as melhores praias do mundo aqui no nosso amado Brasil.
RAVELLO - VILLA RUFOLO 
Com aproximadamente 2.500 habitantes, Ravello é um município encravado na Costa Amalfitana, na província de Salermo, região da Campania na Itália. Além de ser um dos destinos mais populares e exclusivos da Itália, ela é mágica, onde você chega e não quer mais sair. Isso mesmo e por isso foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Ravello foi uma importante República Marítima italiana e suas notícias decorrem do ano 839 até aproximadamente 1200. Muitas famílias tradicionais e nobres da época deram a fama a este pequeno povoado, situado a 350 metros acima do nível do Mediterrâneo, cujo caminho é uma estrada sinuosa incrivelmente bonita e perigosa.
Durante a segunda guerra mundial o Rei italiano Vittorio Emanuele II, nome dado a galeria mais famosa do mundo em Milano, viveu aí por seis meses, esperando uma oportunidade para voltar a Roma.
Tem muitas atrações, tais como a Basílica de Santa Maria Assunta y São Pantaleão, a Duomo, mas sem dúvida nenhuma, o charme maior do local é a Villa Rufolo, construída por Nicola Rufolo, em 1270, um grande comerciante do povoado, em uma das bordas sobre a costa, com uma vista simplesmente fantástica do mediterrâneo.
Não tem como não se apaixonar pela Villa Rufolo em todos os quesitos. A beleza dos seus jardins e edificações, contrastam harmoniosamente com a vista deslumbrante do penhasco que termina no azul do mediterrâneo. O local, mencionado por Giovanni Boccaccio em o Decamerão, serviu de inspiração a Richard Wagner, quando escreveu e compôs a Ópera Parsifal de 1880.

A Villa Cimbrone, um edifício histórico em Ravello, datado de pelo menos o século 11 d.C., famoso por seu mirante cênico, o Terrazzo dell'lnfinito (o Terraço do Infinito),  foi muito alterada e ampliada no início do século XX por Ernest William Beckett (mais tarde Lord Grimthorpe). sendo hoje composta de muitos elementos arquitetônicos recuperados de outras partes da Itália e de outros lugares e pouco da estrutura original permanece visível.



Os jardins foram reconstruídos por Beckett ao mesmo tempo. A vila é agora é um hotel e seus jardins abertos ao público, encantam o turista, que vem de todas as partes do mundo.

Temos ainda a Igreja de São Giovanni do Toro de antes do ano 1000, mas fica ofuscada pela alegria e a beleza de ver a vista desde o Terrazzo dell’Infinito.

Villa Rufolo é um passeio imperdível da Costa Amalfitana.

MAIORI – COSTA AMALFITANA

Com aproximadamente 6 mil habitantes, é a cidade mais aberta da costa amalfitana. Seu nome origina-se do Latim,” Regina Maior” e como a maioria das pequenas cidades da costa, se remonta a época dos Etruscos e posteriormente conquistada pelo Império Romano.
Sua economia depende fundamentalmente do turismo, pois se encontra na linha virgem mais importante da costa e a exemplo das demais vilas, também foi declarada pela UNESCO, Patrimônio da Humanidade.


A pequena cidade é um encanto. Aberta para o mar, apresenta a maior praia da Costa Amalfitana, 950 metros, onde podemos encontrar arreia e por isso é a mais procurada.  A superfície plana diferente do tradicional panorama da Costa, originou-se divido ao catastrófico desmoronamento de 1954, que destruiu completamente a antiga cidade e criou a planície de hoje.


A areia na praia e a presença de diversos hotéis e restaurantes próximos à praia fazem de Maiori um local ideal para famílias com crianças que querem passar férias na Costa Amalfitana.

A praia é composta quase que totalmente de balneários pagos, com apenas dois pedacinhos de praia grátis, nas duas laterais. Infelizmente este é o costume europeu em grande parte das cidades, copiado pelos argentinos em Mar del Plata.

No alto do morro onde a cidade dorme encontramos o Castello di San Nicola de Thoro-Plano, uma das atrações, que infelizmente por falta de tempo não pude visitar, mais um motivo para voltar à Costa Amalfitana.

Outra atração é visitar a Collegiata di Santa Maria a Mare, onde se guarda a estátua milagrosa da Virgem, que segundo a lenda, veio flutuando na água e parou mansamente na areia.

Para quem gosta de trilha pode se aventurar pelo parque capo d’Orso, bem como o Vale de Tramonti e as montanhas Lattari.


MINORI

Com menos de 3 mil habitantes, Minori está separada de Maiori por uma montanha rochosa e é uma localidade balneária entre as mais famosas e apreciadas da costa amalfitana.

Conhecida na idade imperial como Reghinna Minoris, era já desde muito, apreciada, pela aristocracia, como localidade de veraneio como é comprovado pelo achado de 1932 de uma vila romana de notáveis dimensões originária do século I d.C, que ainda hoje conserva detalhes como afrescos, mosaicos e estuques.
A vila romana pode ser visitada. Tem dois andares com uma grande piscina no centro e instalação termal, onde os ambientes estão em perfeita conservação. Também não a visitei.

A faixa arenosa de Minori não excede a 250 metros, mesmo assim é disputada a tapa pelos turistas que passam as férias neste lugar.
É famosa pela fabricação de massas artesanais, desenvolvendo opções gastronômicas muito procuradas por quem a visita.

Não tive tempo de caminhar por suas ruelas que descem até o mar, e não vi nenhuma das atrações, me detive a contempla-la de um mirante, mas segue a dica, para quem quiser explora-la com mais tempo e detalhes:

- Vila romana do século I d.C;
- Basílica Santa Trofimena, XI-XII, completamente restaurada no XIX;
- Arciconfraternita do SS. Sacramento, XVI;
- E a medieval igreja de San Giovanni de Piezulo.

A Costa Amalfitana é constituída por Amalfi, Atrani, Cetara, Conca dei Marini, Furore, Maiori, Minori, Positano, Praiano, Ravello, Scala, Tramonti e Vietri sul mare e outras bem menores.



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