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domingo, 12 de agosto de 2018

ÉVORA - ALENTEJO - PORTUGAL

Darci Winkelmann
Igreja de Santo Antão
Com aproximadamente 60 mil habitantes, quinto município mais extenso de Portugal, rodeada por uma região de oliveiras com produção exuberante, favorecida pela quantidade de sol e uma gama de cidades fortificadas, mais precisamente, pelos municípios de Arraiolos, Estremoz, Beja, Elvas ,Monsaraz e Évora Monte, Évora é a capital do Alentejo, situada no centro-meridional de Portugal e uma herança cultural e artística única no país.
Praça do Giraldo
Ruas estreitas do centro histórico
Dentro das suas muralhas, datadas do século XIV, com ruas estreitas e sinuosas conduzem os turistas à magníficas obras arquitetônicas, entre as quais se destacam: a Sé Catedral; as colunas do Templo romano de Diana, localizado próximo das Termas romanas; e a praça do Giraldo, onde se testemunhou episódios trágicos durante o período da inquisição, que fazem da cidade um dos destinos turísticos preferidos do Alentejo, Portugal.
Denominada de Cidade-Museu é simplesmente fascinante, onde encontramos os mais tradicionais portugueses e uma quantidade incrível de monumentos históricos. 

Trata-se de um antigo centro religioso, onde prosperou o comércio, se constituindo em uma das cidades mais encantadoras e melhor conservadas de Portugal, classificada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, desde 1986.
Sua história remonta ao século 59 a.C, cuja povoação, outrora denominada de “Ebora”, foi um importante centro da península ibérica na conquista romana, conhecida por “Ebora Liberalitas Julia.

Praça do Giraldo e Igreja de Santo Antão
Passou por um sombrio período visigodo, renasceu como importante centro comercial, durante o domínio islâmico, sendo posteriormente conquistada pelos cristãos, quando Évora viveu a sua época de ouro entre os séculos XIV e XVI, principalmente graças à Dinastia de Avis.
Prefeitura de Évora
Em 1540 foi declarada arcebispado e mais tarde, em 1559, foi fundada a universidade jesuíta. O cardeal-rei D. Henrique morreu em 1580, sem deixar descendência, assim Felipe II de Espanha assumiu o trono, deixando Évora de ser cidade da corte real, entrando em declínio. Ironicamente este acontecimento protegeu o famoso centro histórico da cidade alentejana, já que o êxito econômico levou a uma melhor revitalização urbana.
Templo Romano de Diana Deus da Lua
 

O Templo Romano, também conhecido como Templo de Diana, em referência a Diana, Deusa da Lua, da casa e da castidade é um monumento situado no centro histórico de Évora e está classificado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO,
Na verdade, não existe nenhum documento associando o templo à divindade romana. Comenta-se que foi fruto de uma legenda criada por um sacerdote português do século XVII, mas o mais provável, é que fora construído em homenagem a César Augusto, que foi venerado como Deus, durante e depois do seu governo. O Templo foi construído no século I a.c., modificado entre os séculos II e III, destruído no século V, durante as invasões bárbaras.



Na idade média os restos do templo foram utilizados para a construção do Castelo de Évora, sendo que a base e as colunas se mantiveram até 1836, quando o recinto foi convertido em um açougue e finalmente em 1871, a estrutura medieval foi demolida. Os trabalhos de restauração foram dirigidos pelo arquiteto italiano Giuseppe Cinatti. É o que existe até hoje.
Catedral N.S de Assunção
A CATEDRAL DA SÉ.
Mais conhecida como Catedral de Évora, seu verdadeiro nome é Basílica Sé de Nossa Senhora de Assunção, é a maior catedral medieval de Portugal e não tem paralelo no resto do país, foi iniciada em 1186 e consagrada em 1204, tendo sido finalizada em 1250. Construída em granito, é marcada pela transição do estilo românico para o estilo gótico e foi remodelada durante os séculos XV e XVI, com o adendo do coro alto de estilo manuelino de carvalho, com desenhos flamengos esculpidos, retratando cenas mitológicas, naturalistas e rurais, o púlpito, o batistério em estilo renascentista  e o arco da Capela de Nossa Senhora da Piedade ou capela do Esporão (1529).

Durante o século XVIII ficou mais rica, com a construção da capela-mor, sob comando de D. João V, sendo que os mármores de Estremoz, compartilham as linhas romanas-góticas, sem contar o crucifixo Pai dos Cristos, colocado por cima da pintura de Nossa Senhora da Assunção, bem como, estátuas alegóricas dos bustos de São Pedro e São Paulo; e um espetacular órgão de tubos do período renascentista.

Para além da entrada do pórtico principal, há ainda a Porta do Sol, com arcos góticos, e a Porta Norte, reconstruída no período barroco.
Nave Central
Não menos importante sãos as três grandes naves no seu interior, sendo a nave central a mais alta e mais importante, onde está o altar de N.S. do Ó, em talha barroca, com imagens góticas da Virgem Maria em mármore e do Anjo Gabriel.
Torre dos Sinos
Temos ainda as duas torres do período medieval, sendo que a do Sul, torre dos sinos, comanda o tempo na cidade. De cada um dos lados do seu portal existem espetaculares esculturas de Apóstolos, do século XIV, da autoria de Mestre Pêro e ainda a torre-lanterna do reinado de D. Dinis, coroado por uma agulha de escamas de pedra, a parte mais bela deste monumento.
Naves Laterais
As antigas Capelas de São Lourenço e do Santo Cristo e as Capelas das Relíquias e do Santíssimo Sacramento, decoradas com adornos de talha dourada, abrem-se no transepto. Aqui, no topo norte, encontra-se o espetacular portal renascentista da Capela dos Morgados do Esporão.
Claustro
O claustro da Catedral de Évora, em estilo gótico, é onde se encontra a capela funerária do seu fundador, o Bispo D. Pedro, bem como seu túmulo, que foram acrescidos, recentemente, pelos túmulos dos Arcebispos de Évora falecidos no século XX
Ainda temos um Museu de Arte Sacra com um espólio valiosíssimo nas áreas da paramentaria, pintura, escultura e ourivesaria, mas não se pode ignorar o terraço da Catedral, onde se tem a melhor vista da cidade, sendo uma das atrações indispensáveis no passeio.
Universidade de Évora - Foto Google.
Universidade de Évora, fundada em 1559 pelo cardeal D. Henrique, futuro rei de Portugal, foi instituída pelo Papa Paulo IV, inicialmente como Universidade do Espírito Santo, mesmo nome do colégio que a formou, cuja direção foi entregue a Companhia de Jesus que a dirigiu durante dois séculos. Em 1759 foi fechada por ordem do Marques de Pombal, juntamente com a expulsão dos Jesuítas.
Universidade de Évora - Foto google
Voltou a reabrir em 1973, por decreto do ministro da Educação José Veiga Simão, no mesmo lugar como Instituto Universitário de Évora, que foi clausurado em 1979, dando lugar a uma nova Universidade. As salas de aula da universidade conservam ainda hoje, a fachada de azulejos dos Jesuítas.
Capela dos Ossos - Foto Google
Temos ainda a Capela dos Ossos, um dos monumentos mais conhecidos da cidade e está no interior da Igreja de São Francisco. Foi construída no século XVI por um monge franciscano, que queria levar aos seus irmãos a contemplação em transmitir uma mensagem sobre o caráter efêmero e transitório da vida. Está decorada com crânios, ossadas humanas.
Igreja de São Francisco - Foto Google
A Igreja de São Francisco de arquitetura gótica-manuelina, foi construída entre 1480 e 1510 pelos mestres pedreiros Martim Lourenço e Pero do Trilho e decorada pelos pintores Regios Francisco Henriques, Jorge Afonso e Garcia Fernandes, estando intimamente ligada aos acontecimentos históricos, que marcaram a expansão marítima de Portugal. Seus símbolos principais são a monumental abóboda oval, a cruz da Ordem de Cristo e os escudos dos seus reis fundadores, Juan II e Manuel I de Portugal.
Fachada Igreja de São Francisco

Castelo de Évora
O Castelo de Évora consiste na muralha da cidade e encontra-se classificado como Monumento Nacional, constituído com o restante património da cidade, um importante testemunho do passado, classificado como Património Comum da Humanidade, pela UNESCO. Sua história está contada acima, nas conquistas romanas, muçulmanas e recuperação pelas formas cristãs em 1.165
No século XVII, com a Guerra da Restauração, foi operada uma grande modernização, de que ainda hoje restam muralhas, torres e portas.

Eu, subestimei a cidade e não tive o tempo que deveria ter, pois na ânsia de seguir viagem e conhecer mais e mais lugares, ficou um tanto prejudicado minha avaliação, não consegui encontrar as fotos da capela dos ossos e as do interior da Igreja de São Francisco, mas ainda assim, acho que passei uma boa noção do que a cidade representa na história de Portugal.

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